Acompanhe, na entrevista abaixo, um pouco da experiência de Márcio Tavares, um Nível 3, com oito anos de experiência na área.
1. Há quanto tempo trabalha com Acesso por Corda?
Trabalho com acesso por corda desde 2010, na empresa Altiplano, no ramo da construção civil. Realizo diversos serviços em altura, utilizando o método de acesso por corda, e o segmento no qual mais estou presente é o de engenharia em altura, especializado em execução de obras de geotecnia, estabilização e recuperação de taludes.
2. Fale sobre os trabalhos mais inusitados?
No meu segmento, os trabalhos são sempre inusitados… rs. Um deles, é a execução de malhas metálicas de alta resistência, também conhecidas como telas metálicas.
Consiste em revestir o talude com uma malha de aço de alta resistência, capaz de impedir ou limitar o movimento de blocos ou materiais terrosos. Essa solução é bastante empregada pela rapidez de execução, viabilidade de custo e mínimo impacto ambiental. Outro trabalho é o de instalação de barreiras dinâmicas, empregado quando algum material do talude se desprende e, ao cair, ganha velocidade, despencando em locais de grande fluxo de pessoas ou até mesmo sobre construções, gerando perdas de vidas e enormes prejuízos financeiros. Para prevenir isso, foram desenvolvidas as barreiras dinâmicas, capazes de suportar impactos de grandes massas de rochas e/ ou de solo em movimento.
3.Qual o perfil ideal para ingressar no segmento? (comente sobre vantagens, riscos, etc…)
Em relação ao perfil do profissional, acho que ele deve estar aberto a conhecer e aprender trabalhos diferenciados. Pois além da capacitação em acesso por corda, temos que aprender outras profissões e, em conjunto, realizar as tarefas diárias. É um segmento diferenciado, que se encaixa em diversos setores, levando soluções rápidas e menos custosas para a realização dos serviços. Por esse motivo, a profissão tem um horizonte amplo, podendo gerar ainda mais vagas de emprego para muitas pessoas. Como vantagem, digo que é uma profissão que, pra começar, você só precisa passar por cinco dias de treinamentos e um de avaliação. Sendo aprovado, você recebe o seu certificado, podendo ser contratado por qualquer empresa do ramo. Possíveis áreas de atuação: Industrial Onshore, ex: Refinaria; Industrial Offshore, ex: Plataforma de Petróleo; Construção Civil, Contenção de Encosta; Predial, ex: Limpeza de Janelas, manutenção de fachada de prédio, etc… Os principais riscos na área de acesso por corda são as quedas de materiais e pessoas, porém, esses riscos são bem controlados, com os procedimentos corretos em cada atividade e, principalmente, com o princípio da dupla proteção.
4.Como a certificação profissional fez diferença na sua carreira?
Fez com que eu conseguisse entrar no mercado de trabalho muito mais capacitado, exercendo minha profissão junto a empresas sérias e promissoras, que valorizam a execução das atividades com qualidade e segurança. Em relação às pessoas com as quais me relaciono, para executar os serviços, noto que elas depositam mais confiança e respeito pelo meu trabalho, pois sabem que sou um profissional certificado por um órgão competente.
5.Faça qualquer comentário que considerar importante.
Aconselho a todos que tiverem interesse por esse ramo a estudar e se especializar, pois a atividade é bem promissora, ainda mais se a pessoa gostar da profissão. Acredito ser um grande diferencial! Foi o que aconteceu comigo, estou a oito anos no mercado, realizado com a minha profissão, e ainda tenho muita estrada pela frente.
Comecei como AC-N1 e hoje em dia sou AC-N3 e, além do trabalho que realizo nas obras na parte de Geotecnia, sou instrutor do centro de treinamento da Altiplano, pela Abendi.
Fonte: Entrevista retirada do Boletim de Certificação de Pessoas em Acesso por Corda da Abendi. Edição 13 | Julho, agosto e setembro de 2018